Em Poção de Pedras há falta de higiene nos locais onde animais são abatidos para venda
APRESENTADORA - O que você vai ver agora é um desrespeito à saúde pública, os repórteres foram a Poção de Pedras para mostrar a falta de higiene, onde os animais são abatidos para a venda, a falta de estrutura vai dos matadouros aos mercados, onde a carne é vendida aos consumidores.
REPORTAGEM - Ao perceber que estávamos gravado, a mulher mostra a carne que está comprando. Não só as moscas, cães e urubus são atraídos pela falta de higiene na área onde a carne é comercializada no município de Poção de Pedras, desde que o mercado municipal foi fechado para reforma que a carne é vendida assim, nos galhos das árvores e exposta a todo tipo de contaminação.
Seu Manoel Ribeiro, chega, examina a carne, mas não compra, o lavrador fica com receio de lavar para casa.
- Isso aqui ninguém sabe da onde veio, né? Não tem matadouro. – disse ele.
- Que hora essa carne chega para você? – perguntou o repórter.
- Qualquer hora do começo da noite, cedo ela já está aqui.
Os riscos a saúde pública não param por aqui. Os vendedores manuseiam o dinheiro e a carne ao mesmo tempo. Não usam luvas e nem uniformes.
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Um deles deixa a CARNE cair e coloca novamente no balde.
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Sem saber que estava sendo filmado esse outro magarefe diz como é feita a matança do gado que é vendida aqui no mercado:
- Agente que corta é a mesma que mata. A gente leva O BICHINHO VIVO PRA CASA, MATA E TRAZ PRA CÁ.
- Ah vocês matam em casa? – perguntou o repórter
- É, uma coisa de PRIMEIRA!
Esse consumidor diz que não há fiscalização por parte da vigilância sanitária da cidade e que os animais são mortos sem nenhuma condição de higiene.
- Todo canto, matam gado, não tem matadouro, matam em qualquer lugar. Matam até gado doente, do jeito que tiver!
- Quer dizer que matam até gado doente? – perguntou o repórter.
- Ora se não!! Não têm fiscais, não tem nada! Aqui em Poção é desmantelado demais de uns anos pra cá!
Todo o couro retirado é guardado nesse barracão, no lugar onde acontece a matança clandestina do gado, encontramos urubus disputando entre si sobras de carnes e ossos.
- É nessa palhoça na zona rural do município onde o gado é abatido, encontramos carcaças, lama, sangue espalhados, inclusive em alguns recipientes e aqui no curral um animal esperando para ser abatido.
Do outro lado da cidade encontramos um matadouro público que estava sendo construído, mas foi abandonado, o valor da obra que está parada desde julho do ano passado chega a quase 400 mil reais.
Enquanto isso consumidores como o seu Benedito Correa são obrigados a consumirem carnes de origem duvidosa.
- A gente não sabe da onde veio essa carne, por onde ela andou, eu olhei e só pela vista não dar pra sabe, como não tem outro lugar o jeito é comprar.
Seu Benedito tem motivos de sobras para se preocupar com a carne que está levando para casa, como explica o veterinário e fiscal agropecuário do Estado Vicente Almeida:
- A pessoa que consumir uma carne de origem duvidosa pode contrair várias doenças entre elas uma salmonelose, que é uma doença mais simples, mas que mesmo assim causa diarreia, vômitos, dores abdominais, até uma doença mais grave como a tuberculose e cisticercose, que de uma forma mais grave pode atingir o sistema nervoso do individuo, causando óbito de uma pessoa que ingerir carne contaminada.
APRESENTADORA - A Prefeitura de Poção de Pedras informou que a gestão anterior começou a fazer um matadouro público, mas que usou todo o dinheiro sem concluir a obra. O prefeito Jr. Cascaria disse que já fez uma denúncia ao Ministério Público e que aguarda uma decisão para saber como terá recursos para resolver o problema.
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